terça-feira, 31 de março de 2009

Ata da Reunião do CAHIS - 31/03/2009

aInformes:
- A data da Assembléia Geral dos Estudantes do Butantã foi alterada para Quarta (Amanhã) às 18h.
- Depois de conversa com todas as partes que atuam no Espaço Aquário (CAHIS, CEGE, Rádio, Atlética), houve uma proposta de uma criação de uma comissão aberta de espaço do espaço aquário com reuniões todas as quartas a partir do dia 15 de Abril.
- Houve uma debate não deliberativo do CAHIS e do CEGE com a diretoria da FFLCH no que tange a antena da rádio, a venda de cerveja e a reforma do banheiro térréo que invade 50cm do xeróx da Márcia.
A diretoria pediu que vendamos cerveja com menos frequência e se propôs a ajudar a comissão aberta do espaço aquário materialmente.
A diretoria informou que não há negociação com relação à rádio uma vez que isso é "ilegal, atrapalha a transmissão aérea e existe um processo desde 2006 que pode colocar em jogo os empregos dos responsáveis pela Faculdade", no entanto chama os membros da rádio para conversa sobre uma possível legalização da rádio. O CAHIS já informou a rádio.
- Inscrições até dia 13/04 para Eleições de RD.


Pautas

ENEH - 19 à 25 de Julho

Informes:

- O Conune será na mesma semana do ENEH

Encaminhamentos:
- Terceira semana de Junho será o pré-ENEH
- A partir da próxima reunião, traremos a programação do ENEH.
- Toda a arrecadação do CAHIS para além das xerox será direcionada para o ENEH. Caso a xerox não dê conta das atividades básicas do CAHIS, atividades específicas serão realizadas em separado do ENEH
- Todas as atividades relacionadas ao ENEH carregarão o nome do evento.
- Uma lista passará para fazer um levantamento dos alunos que podem demonstrar interesse através de e-mail e/ou lista física.
- A gestão do CAHIS se responsabiliza em fazer levantamento de ônibus.


Espaço

- A partir da próxima reunião do CAHIS, um dos pontos de pauta será o espaço, principalmente sobre a questão da Rádio.


Audiência pública do REUNI em Abril


- Será discutido o envio do representante e respectivos gastos financeiros na próxima plenária ordinária.

sábado, 14 de março de 2009

Ditabranda

Nota do CAHIS

"O Centro Acadêmico de História da USP considera um des-serviço à pesquisa histórica a posição adotada pela Folha de São Paulo e pelo Professor Marco Antonio Villa no que se refere à publicação do texto “Ditadura Brasileira”. Ao referendar “academicamente” a postura do jornal de qualificar o regime militar brasileiro (1964-1985) como uma “ditabranda”, o referido professor parece se incorporar, levianamente, a um projeto da grande mídia, também leviano, de tentativa de construção de uma “História Oficial”, sendo assim, também age de maneira unilateral, ignorando e banalizando o debate historiográfico sobre o tema."

O texto de Igor Ribeiro explica um pouco mais da polêmica.

Mas esse vídeo diz tudo:



Abraços!

quarta-feira, 11 de março de 2009

ATA DA REUNIÃO DO CAHIS – 10/03/09

INFORMES:

- Dias das reuniões das comissões do CAHIS: comissão de cultura e comissão de comunicação – todas as quintas-feiras às 18h; comissão de ações e debates e comissão de espaço – todas as sextas-feiras às 18h.*

*Se não estivermos no espaço aquário é só nos procurar em alguma sala de aula.

- Um representante do Grupo Prisma informa que o grupo foi reativado e se desvinculará de entidades estudantis para que possa ampliar sua representatividade*. O CAHIS irá auxiliar na divulgação do grupo.

*André Calazans enviará o informe completo na lista do CAHIS.

- Mayra do CEGE solicita uma reunião conjunta de espaço com o CAHIS.

- Ocorrerá a eleição de RD’s da FFLCH, o estatuto e as datas serão divulgados assim que estiverem disponíveis.

- Houve reunião do DCE no dia 06/03/09 na qual discutiu-se a diminuição de verbas para as universidades públicas que afetam o auxílio moradia, a permanência estudantil, etc.; a UNIVESP; entre outros. (para mais detalhes ver relatoria do DCE na lista de e-mails do mesmo)

- As reuniões ordinárias do DCE ocorrerão toda segunda-feira às 18h na sede provisória.

- Quarta-feira (18/03/09) haverá uma plenária dos estudantes de história, às 18h na sala Caio Prado.

PAUTAS:

1) Xerox para divulgação da festa da rádio na cota do CAHIS.
2) Auxílio para a festa Canegrada
3) Aumento do aluguel das Xerox
4) Xeracoteca
5) Abaixo-assinado pelo CCA geral da USP no dia 14/03/09
6) Adesão do CAHIS na jornada de lutas da UNE

RESOLUÇÕES:

1) O CAHIS disponibilizará 60 cópias na cota da Xerox para a divulgação da festa da rádio.
2) O CAHIS disponibilizará 120 cópias na cota da Xerox e emprestará a caixa d’água para a realização da Canegrada.
3) O aumento do aluguel da Xerox será discutido na reunião conjunta com o CEGE sobre espaço.
4) O projeto da xeracoteca entrará na pauta da comissão de ações e debates que ocorrerá na próxima sexta-feira (13/03)
5) O CAHIS se incorpora no CCA geral da USP do dia 14/03.*

*Houve votação cujo resultado foi: 13 votos à favor, 2 votos contra.

6) A integração do CAHIS na jornada de lutas da UNE será discutido na reunião da comissão de ações e debates, e levado à aprovação dos estudantes na próxima plenária.

terça-feira, 10 de março de 2009

Quadrinhos: Scabini & Bernard





Scabini & Bernard desenham tiras relacionadas ao tema de História e toparam ter suas tiras publicadas na Revista e no blog do CAHIS.
Leia mais em Quadrinhos de História

Entrevista: "O capital não sobrevive ao seu próprio sucesso"

Confira na íntegra a entrevista* concedida pelo professor Francisco Alamabert a Régis Bonvicino.

Francisco Alambert, um dos mais importantes intelectuais brasileiros vivos, é professor titular de História da Universidade de São Paulo e Conselheiro do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo. Entre seus livros, destacam-se A Semana de 22/A Aventura Modernista no Brasil, Dom Pedro I/O Imperador Cordial e Bienais de São Paulo, Memórias. Opera na confluência entre história e arte, o que confere um sentido singular ao seu trabalho, enriqecendo as duas áreas. Nessa entrevista, discorre sobre a depressão econômica e suas consequências, defende Cuba, como um país de carências e não de miséria, reflete sobre Hugo Chávez, e sobre a morte do senso crítico na crítica – de um modo geral – na mídia e na arte. É contundente ao afirmar que “não há maneira de o capitalismo sobreviver ao seu próprio sucesso”. E conclui que “o mercado precisa de Viagra”.

Régis Bonvicino: A globalização econômica começou com Richard Nixon, nos anos 1970, por meio da desregulamentação do sistema de vigilância dos bancos (de varejo e de investimentos) e da ascensão das bolsas de valores, como forma de captação de recursos para as empresas e como forma de enriquecimento de acionistas minoritários e majoritários. O cidadão tornou-se consumidor e investidor. A maioria da população ficou desfalcada de seus direitos. Nos anos 1990, o processo intensificou-se com a difusão em massa das novas tecnologias, entre elas, a internet, e a produção dos bens se desnacionalizou. Surgiu a China, com remuneração de US$1 ao dia para os trabalhadores. As corporações produzem seus produtos em vários países do mundo, para “enxugar” custos e aumentar lucros – eliminando direitos do trabalho. Você acredita que – diante de um quadro generalizado como esse – é possível regulamentar o sistema financeiro e igualmente o de produção industrial? Qual seria o novo modelo?

Francisco Alambert: Em uma notinha de pé de página de seu livro genial e incrivelmente atual, O colapso da modernização, Robert Kurz resumiu essa situação, que você sintetiza tão bem, nos termos da economia política marxiana: “Quando um especulador, com os ganhos obtidos pela especulação que para ele são absolutamente reais, sendo porém fictícios do ponto de vista da reprodução social do capital, dá-se ao luxo de comprar um Mercedes-Benz, a produção aparentemente muito real deste automóvel não possui, na verdade, nenhum fundamento de capacidade aquisitiva produtiva”.
Em escala maior, internacional, dá-se o mesmo, e por isso não se pode já há muito separar o setor especulativo da suposta acumulação real, como diz Kurz. Ainda na década de 1980, a Siemens foi ironicamente apelidada de “banco com um departamento elétrico conectado”. Quando a General Motors e suas afiliadas entram em crise, isso não é por “acaso”, mas porque todos os balanços da indústria automobilística foram “retocados” pelos seus respectivos bancos. Os desequilíbrios dos tais balaços derivam da participação dessas indústrias na economia das bolhas financeiras e do capitalismo-cassino.

Ou seja, não dá para “regulamentar” nada. Como parece que também não dá para voltar para o antigo fordismo, para o Estado de Bem Estar Social, e o desenvolvimentismo é um negócio que tem hora para acabar, não há maneira do capitalismo sobreviver ao seu próprio sucesso. Gostaria de gritar “socialismo ou barbárie”, mas o pudor me impede.



Trabalhadores chineses cativos numa olaria

O rosto sem vergonha da ideologia

O fato mais notável hoje em dia é que a ideologia mostra seu rosto sem vergonha e que os espaços entre as “crises” são cada vez menores. Recentemente, discuti com meus alunos o primeiro documentário em longa-metragem de Michael Moore, Roger e eu, de 1989. É genial. Ele mostra como a decisão de fechar as fábricas da General Motors na cidade industrial de Flint para reabri-las no México, onde os trabalhadores ganhariam centavos por hora (é isso a globalização, não?), transformou a cidade, outrora progressista, em um território de barbárie social e de delírio coletivo, buscando maneiras amalucadas para tentar sair do desastre. Os capitalistas justificavam o “sacrifício” afirmando que tudo isso era necessário para a “saúde” da empresa, que o futuro prometia dias melhores, pois agir daquela maneira era parte da natureza do capital e que tudo se acertaria porque ele voltaria mais forte no futuro (usando as metáforas grotescas que os economistas gostam, era aquela coisa de dizer que o “remédio é amargo”, mas é assim que se trata de uma doença etc.). Hoje, vinte anos depois, a General Motors está falida, e com a cara de pau que o diabo lhes deu, industriais, investidores, economistas e jornalistas pós-modernos estão clamando pelo dinheiro do Estado para lhes salvar do fiasco que eles criaram. Portanto, toda aquela destruição não teve sentido algum. Era apenas uma mentira de pernas curtas, que pode inverter os sinais sem vergonha nenhuma (antes: “o Estado não pode interferir”; agora: o Estado tem que interferir). Em sentido rigoroso, era mera “ideologia”. Só não vê quem não quer.



Sede da GM

O mercado precisa de Viagra

RB: A intervenção recente dos governos nacionais para salvar os bancos europeus significa o fim da “utopia de mercado”, acirrada por Margareth Thatcher e Ronald Reagan? O que foi feito agora, pelos mesmos governos, para ajudar os cidadãos? Há perspectiva de reformas tributárias para aumentar a liquidez (salário) do trabalhador ou insistir-se-á na fórmula da globalização “salário congelado/crédito fácil”?

FA: Infelizmente, não creio que seja o fim dessa “utopia” distópica e despótica. Ela vai hibernar um pouquinho. Aliás, já estava hibernando desde antes da crise. Mesmo os governos de direita, majoritários na Europa até em países onde isso parecia inimaginável (como Dinamarca, Holanda etc.), já haviam recuado em relação às privatizações, às desregulamentações do mercado acionário ou dos diretos trabalhistas. Todos neoliberais, mas bem menos xiitas do que eram há cerca de uma década. É claro, a eleição na América Latina de grupos de “esquerda” também é parte disso. A crise, ou seja, o estouro dos golpes que o mercado inventou amparado pelos Estados neoliberais, é a pá de cal. Agora, o que tem que acontecer é se fingir de morto e chorar para que o Estado “nos salve” da tragédia. E, claro, é necessário convencer todo mundo que a crise é “parte do jogo”, que a gente sai mais forte do que entrou, que ninguém tem culpa, a vida é assim mesmo, uns dias pra cima, outros pra baixo, que o mercado é um bichinho temperamental, que só precisa de calmante ou de Viagra para voltar forte e vistoso como dantes. Ou seja, é preciso que se crie, que se invente explicações psicologizantes para convencer as pessoas da “necessidade” de se abrir mão do dinheiro público para salvar banqueiros e empresários, incompetentes (pois deixaram a crise explodir), malucos (porque arriscaram demais) ou meramente corruptos (porque sabem que podem contar com o Estado nacional para que financie e banque os gastos de sua pilhagem).

Nada é feito para o “cidadão”, como você diz, mas apenas para o consumidor. Não se ajudam pessoas, mas agentes monetários. Um exemplo: calcula-se (estou me baseando em uma matéria do Estadão, e não de um jornal de “esquerda”) que já tenham sido jogados no mercado, pelas dezenas de países com seus planos para salvar o sistema, cerca de 7 trilhões de dólares (alguns falam em quase 10 trilhões). Pois a onu lançou uma nota lembrando que há anos pede menos de 1% disso para simplesmente tirar mais de 30 milhões de pessoas da fome na África.

A hipocrisia e o cinismo estão no poder, e isso não é de hoje (uma vez que não haja mais a fantasmagoria do “comunismo”, nem sequer “socialismo” seja um termo que tenha algum glamour, não há o que temer e tudo é permitido). Eles só poderiam sair do poder se houvesse forças sociais suficientes para impor uma alternativa (como outrora foi o socialismo). Forças que pressionassem, boicotassem, chocassem o sistema. Como isso não parece existir, como “tá tudo dominado” e o conformismo e o cinismo são o sal da nossa terra, o terrorismo econômico tende a voltar. Isso, é claro, se a crise não for muito profunda, não for um tsunami sistêmico. Porque aí seria o caos, e o que sucede ao caos, ninguém pode saber. No passado, o caos sistêmico gerou a Segunda Guerra Mundial…

RB: Penso que as leis europeias que condicionam ou proíbem a imigração visam mais a arrochar salários de velhos e novos imigrantes do que a impedir a entrada de mão-de-obra. Você concorda com essa afirmação?

FA: Concordo. Em primeiro lugar, a globalização neoliberal começou justamente arrochando os trabalhadores ingleses e norte-americanos (como mostra o filme de Michael Moore) e semiescravizando os trabalhadores outrora inúteis da periferia do sistema. A grande ação bélica de Thatcher-Reagan foi “quebrar” o poder dos sindicatos. Desde então, é decisivo que o capitalismo mais “produtivo” seja exatamente aquele menos “produtivo” ou que precise de cada vez menos trabalho dentro de suas fronteiras nacionais ou de sua área de atuação legal. A sede da especulação, da direção, o marketing etc. podem ficar nos Estados Unidos, mas o trabalhador (hiperexplorado) fica na China ou na Tailândia, ou onde mais escravos produtivos houver (e desde que o Estado Nacional dê uma “força”, com isenção de impostos, corrupção, vista grossa para escravidão etc., essas coisas do gerenciamento moderno). Assim o saldo é o seguinte: o trabalhador do “novo mundo” ganha uma miséria e não pode ir para o “primeiro mundo” porque os mercados só estão de fato abertos para o capital especulativo (e se ele fosse, aumentaria o preço do trabalhador lá na miséria e diminuiria ainda mais o do trabalhador dos países ricos).

Os que estão fora desse esquema, ou aqueles que forçam a barra e emigram, se tornam aquilo que o filósofo italiano Giorgio Aganbem chamou de “homo sacer”, ou seja, pessoas sacrificáveis, “matáveis”, com as quais qualquer coisa pode acontecer, tudo é permitido e nada configura crime algum. Para os excluídos, o campo de concentração: favelas, as cidades africanas, as cidades da fronteira dos Estados Unidos com o México, as pessoas da faixa de Gaza, qualquer um em qualquer aeroporto do mundo… Logo que o Muro do comunismo caiu, o capitalismo passou a levantar seus muros… literalmente!

O progresso não tem mais futuro

RB: Não há dúvida de que a questão ecológica é a prioridade. Os governos brasileiros descuidam dela e o desmatamento da Amazônia e de outras florestas, como a Mata Atlântica, são eventos gravíssimos. Espanha e Portugal são os maiores poluidores da Europa ocidental. A China é a maior poluidora do mundo ao lado dos Estados Unidos. Bill Clinton afirmou recentemente que só a transformação das florestas em ativos financeiros, que deem lucro de algum modo, vai solucionar essa questão. Você concorda com ele? Quais seriam as outras alternativas?

FA: Literalmente, é como culpar as árvores pelo incêndio na floresta… É o capitalismo transnacional, são os “ativos financeiros”, entregues à sanha da banca, que promovem a destruição selvagem. Como poderia ser uma solução entregar o galinheiro aos lobos? O fato é que o “progresso” não tem mais futuro. Seu impulso teria que ser invertido e redimensionado pelas forças sociais militantes e conscientes, se é que isso ainda é possível. Eu não sei a receita e acho que ninguém sabe. Só o movimento coletivo pode imaginar um outro mundo. Mas veja os exemplos que você cita: Portugal e Espanha são as meninas dos olhos do desenvolvimento retardatário na Europa (lugar de trabalhadores baratos, lugar dos “serviços”, do turismo etc.); e a China é a pátria do modo de produção de mercadorias para o mundo que pode comprar. São países que, do “alto” de seu atraso econômico, se adiantam na corrida rumo ao abismo (financeiro, ecológico etc.), que é o lugar para onde o capitalismo contemporâneo parece nos guiar.

A “globalização benéfica”

RB: Como você vê a equipe de Barack Obama? Acredita nele? Como percebe a crise ou depressão dos Estados Unidos?

FA: Estamos falando sob o impacto da primeira grande denúncia que serve de aperitivo para o que virá. Me refiro ao caso do governador de Illinois, que estaria leiloando a vaga de Obama no Senado. Há uma luta política lá, como aqui (o governo Lula é sempre denunciado por aqueles com os quais ele está de acordo economicamente, mas que representam outros interesses da pequena política local). Acho o que todo mundo acha, com toda a ingenuidade e crendice que todos temos. É uma maravilha um negro chegar à presidência (pouco mais de quarenta anos depois do fim do aparthaid deles), ele é um orador extraordinário etc. O discurso daquele pastor negro no dia da posse foi uma das coisas mais emocionantes que ouvi nos últimos tempos (com todas as metáforas e aliterações voltadas aos anos 1960).

Mas o ministério clintoniano revela o desejo de se voltar à fase ilusória da “globalização benéfica”. Um casamento perfeito para o momento: Obama tem a “moral” para promover a avalanche de dinheiro público para pagar as contas dos capitalistas especuladores. Assim, o Estado vem para salvar aqueles que o dilapidavam enquanto juravam que dessa forma iriam salvar o mundo e nos lançar ao espetáculo da riqueza e do crescimento contínuo. Pronto o esquema, todos salvos, a bandidagem pode recomeçar sem perda nenhuma. Um cenário pessimista e bem possível, não? Assim, Obama seria a pessoa certa, no lugar certo e com uma tremenda legitimidade para salvar o sistema (quero dizer: dar-lhe sobrevida).


Malcom X e Cassius Clay, guerreiros da afirmação negra

RB: Como você vê a América Latina em termos de comércio e o Brasil em particular? Pensa que Hugo Chávez é realmente ameaça? Neste sentido, acha que Cuba tem saída, haja vista sua pobreza extrema e a longevidade dos Castro?

FA: Quanto a Cuba, ela de fato não tem saída. Não sou o maior entusiasta do mundo em relação ao castrismo, mas creio que Cuba apresentou formas de organização que podiam servir de modelo para o tempo em que a América Latina podia ter uma saída para encontrar a si mesma fora da prisão do capitalismo selvagem. Não vejo pobreza extrema em Cuba, mas sim carências extremas. Pobreza extrema há no Brasil, na Nigéria e até mesmo nos Estados Unidos (já reparou que os dados sobre a terrível distribuição de renda dos Estados Unidos, os milhões que vivem na miséria e sem amparo social algum, como saúde e educação, são no máximo notinhas que aparecem em jornais e ninguém se lembra de analisar?). E, claro, também na Venezuela! Hugo Chávez é fruto de uma sociedade grotesca, que tem uma pequena elite ligada ao petróleo muito rica (golpista e corrupta) e uma massa de milhões de pobres e desocupados. Um país praticamente sem indústrias nacionais, sem empregos, sem classe média. Os ridículos de Chávez já são suficientemente salientados pelos críticos blasés e alienados. O que há de mais interessante lá é uma organização popular, que troca ideias, bens e pensa alternativas. Foram essas associações que evitaram o golpe contra Chávez e que lhe garantem as sucessivas vitórias eleitorais. Gostem ou não, os programas sociais de Chávez são inovadores, e ele ainda pode exportar gás e petróleo subsidiado para aquecer os lares das famílias pobres… dos Estados Unidos!
O sucesso de Machado de Assis

RB: Somos 250 milhões de falantes nativos do português – número superior ao de falantes do italiano, do francês, do japonês. Por que a língua não se internacionaliza?
FA: Bom, quase 200 milhões estão no Brasil, não é? A internacionalização da língua portuguesa depende da capacidade do Brasil se destacar como interesse pelo resto do mundo. Acho curioso que a língua portuguesa seja tão maltratada em Portugal. Eles me parecem estar cada vez mais “engolindo” sílabas, enrolando a pronúncia. Acho que agora que eles estão na Europa, estão querendo falar outra língua. E os países lusófonos africanos estão entre os mais miseráveis ou os mais explorados (veja a situação de Angola, que andou tendo crescimento de mais de 20% ao ano, por causa do petróleo, e que vive um aparthaid social escabroso). Acho que eles vão acabar falando o inglês que as ong’s ensinam. Serão miseráveis e globais. Dito isto, acho também interessante o fato de cada vez mais conhecer estudantes, especialmente dos Estados Unidos, que querem discutir a cultura brasileira, a língua, o sucesso repentino de Machado de Assis por aí etc. Há algo do Brasil que intriga o mundo. O que é triste é que o termo-chave para se definir o estado socioeconômico do mundo que estamos discutindo seja justamente (e por bons motivos) “brasilianização”.

Caetano: sumo sacerdote da “indústria”

RB: Há um esvaziamento da crítica em termos de análise nos jornais impressos e nos portais (tv nunca foi crítica no Brasil). Há também perda de sentido crítico na universidade. Como você vê essa questão, se concorda com ela? A que atribui esse esvaziamento da crítica? Estaria relacionado com à desregulamentação dos mercados e a “utopia do laissez-faire”, após o fim da União Soviética?

FA: Sua pergunta e a minha resposta serão facilmente acusadas de marxismo vulgar (eu, de minha parte, me sinto muito confortável com a acusação). O fim da crítica é a vitória da Indústria Cultural, que vive uma nova fase ainda mais selvagem. Você escreveu recentemente que um dos fenômenos mais interessantes do nosso tempo é o fato de a Indústria Cultural ter piorado muito. É verdade. Hoje, ler o que Adorno escreveu sobre o jazz, nos anos 1950 e 1960, é hilariante e chocante ao mesmo tempo. Tenho várias reservas quanto à crítica adorniana ao jazz, mas é certo que mesmo que ele estivesse falando da música mais ligeira e imbecil (e talvez não de Thelonious Monk ou Charlie Parker), a decadência da cultura de massa é assustadora. O abismo que separa o jazz dos anos 1950 do mundo de Madona (que você e eu detestamos) é surpreendente. No filme de Michael Moore, quanto mais os habitantes de Flint se desesperavam, mais se entregavam à uma rotina “cultural” debiloide e histérica.


Thelonious Monk
Acho que a Indústria Cultural Selvagem antecipou e condicionou a era do Capitalismo Selvagem. Como percebeu Fredric Jameson, no mundo “pós-moderno” cultura é economia, e vice-versa. E nessa nova etapa, a crítica, a não ser que seja raivosamente conservadora, é impertinente e indesejável. O negócio é jornalista “cobrindo” a “matéria”, indicando com quem o “consumidor” deve fazer seu pacto de fanatismo, o curador organizando e mediando o interesse do patrocinador com o público “consumidor de arte” etc. A crítica era o diálogo, parcial, apaixonado, político (Baudelaire) e contra o ecletismo (Mário Pedrosa), da cultura com a ciência, com a técnica e com a filosofia, buscando desentranhar os caminhos de um novo mundo. Quando não há outro mundo possível ou desejado, não se precisa mais de críticos, só de comentaristas do sistema.No caso específico do Brasil há ainda uma outra questão que não dá para desenvolver aqui. Penso na vitória do que chamo de “razão tropicalista”, da qual Caetano é o sumo sacerdote, baseada na indistinção, na despolitização, na eterna glorificação de tudo o que a Indústria impõe como norma. Um oba-oba sempre despolitizado, sempre up to date e sempre ao lado do vencedor.E quanto à crítica universitária, ela passou as últimas décadas tentando “desconstruir” as “grandes narrativas” (traduzindo: a psicanálise e a economia política marxista), refestelando-se em Derridas e Deleuzes. Não havia meio, ou bolsas de estudo, que a fizesse olhar para a realidade, que, aliás, não existia. Agora, quando o muro da economia pós-moderna desaba, eles só têm uma coisa a fazer: continuar a delirar. Recentemente li um ensaio de um “filósofo” espanhol no El Pais, deliciosamente hilário, no qual o sujeito jurava que a crise das bolsas era a prova de que tudo era misterioso, que nada podia ser previsto, que o mundo é por demais “complexo” para ser “narrado” etc. etc…


Caetano Veloso


Só me interessa aquilo que nega


RB: Como você analisa o regime chinês com trabalho de baixíssimo custo, repressão, devastação ecológica. Esse é o fim do comunismo?
FA: Vou me servir do Robert Kurz mais uma vez. O comunismo soviético ou chinês não é outra coisa senão um processo acelerado de criação de desenvolvimento capitalista em circunstância de atraso. O sovietismo percorreu em velocidade atômica o caminho que o capitalismo europeu e norte-americano percorreu a passo de tartaruga: do superdesenvolvimento ao colapso. O caminho da China deve ser esse também.RB: Houve uma queda vertiginosa da qualidade da arte, que se tornou mais oficial e mais leve. A que você atribui isso – se concorda?FA: Ah, agora entramos no assunto de que eu gosto! Sou um historiador da arte e da cultura! Mas é o de que menos falarei agora. A arte e a cultura livres e criativas dependem da existência do horizonte utópico da transformação do mundo e da cultura. Por isso, todos nós (e até você, como poeta) estamos obrigados a entender o mundo que perdemos todos os dias. Somos obrigados a pensar, estudar, falar, de economia, política externa, luta de classes (sim!), história, enfim. Mesmo no que isso tem de insuportável. Para entender os caminhos e descaminhos da criação nas condições contemporâneas, todos temos que ser críticos e cientistas sociais, mas temos sobretudo que pensar pelo negativo. Só me interesso por aquilo que nega; ou por aquilo que nega insistindo na permanência, como certas tendências da arte de vanguarda ou do pensamento marxista. A distopia, desde fins dos anos 1970 pelo menos, emparedou a arte, lutando para que ela não tivesse aquela propriedade que Mário Pedrosa definiu tão bem: um exercício experimental da liberdade.Mas a dissolução, o desmanche, agora do mundo vitorioso (o do capitalismo liberal e de sua sociedade de consumo, de massa e de espetáculo) tem aberto novas portas. A tal “desmaterialização da arte” talvez encontre agora um sentido novo e mais produtivo. Em outros campos, a crise, por exemplo, viabiliza os grupos de teatro independente aqui de São Paulo, as brigadas de cultura do mst, a produção de artistas do “Mercado” que podem se sentir progressivamente mais livres para experimentar e criar contra o mundo que os abandona (e que antes os tratava como commodities lucrativas ou como animadores de festas). Da adversidade vivemos, dizia Oiticica. Estava certo ele. A história não acabou.

--- Francisco Alambert é professor de História Contemporânea do Departamento de História da USP e concedeu que trechos de sua entrevista fossem usados na Revista do CAHIS.


* Esta entrevista foi originalmente publicada no Site da SIBILA e no IG.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O povo antes do lucro

Por Sean Purdy

A crescente crise econômica está criando uma sombra de medo e insegurança para dezenas de milhões de pessoas no mundo inteiro. O demprego está aumentando, bancos estão tomando as casas de pessoas comuns endividadas e a inflação está aumentando os preços da comida. Governos dizem que o único jeito de resolver a crise econômica é suportar a indústria financeira (que precipitou a crise) e reduzir gastos sociais, isto é, atacar as vítimas da crise.
A maioria da mídia vê o colapso da indústria financeira como um desastre natural, algo preocupante, mas em grande parte inevitável ou como as conseqüências da ganância de alguns maus banqueiros. O que é menos importante é a análise superficial pela mídia sobre as cusas do colapso;o que importa mais é sua solução.
Para a mídia e a classe política a única solução é aceitar arrochos em salário, emprego e serviços públicos e esperar tempos dourados no futuro próximo.
Os movimento sociais, sindicais e estudantis têm que rejeitar firmemente essa solução. A crise não é natural nem a conseqüência de ganância de algumas pessoas e podemos fazer algo para contestar a solução de cima, a “solução” dos que criaram a crise em primeiro lugar.
Nos últimos meses, trabalhadores na França, Estados Unidos, Bolívia, e muitos outros países têm tomado as ruas em greves, protestos, e ações amplas contra ataques nos sindicatos e serviços públicos. O Fórum Mundial Social em Belém do
Pára em janeiro de 2009 concluiu que os movimentos sociais, sindicais e estudantis têm que retomar as lutas não somente contra a indústria financeira, mas contra o projeto neoliberal em si que está forçando o povo a pagar pela crise. Isso significa campanhas contra arrocho salarial, desemprego e reduções em gastos públicos.
Frente a falsa solução da mídia e a classe política, seja no Brasil, África, Ásia, Europa ou América do Norte, os movimentos tem que colocar o povo antes do lucro.

Sean Purdy é professor de História na Universidade de São Paulo e pesquisador visitante na Universidade de Chicago e topou escrever esse texto para a Revista do CAHIS.




Extremismo e razões de Estado em uma guerra sem fim*

por Edson Pedro

Israelenses versus palestinos. Muitos opinam, alguns polemizam, mas uma boa parcela das pessoas não compreende exatamente as origens desse conflito. A maioria das opiniões a respeito da questão geralmente se baseia em posições ideológicas, crenças religiosas ou apaixonadas ligações étnicas com alguma das partes envolvidas. Qualquer discussão envolvendo o tema gera reações apaixonadas. De um lado há os que defendem as ofensivas de Israel, em nome da "defesa preventiva" e da "guerra contra o terror", combatendo os radicais que não reconhecem o Estado judeu, lançando mísseis contra cidades ou planejando ataques terroristas. Do outro estão aqueles que apontam o caráter da longa ocupação israelense nos territórios palestinos e a face pouco humanitária, para não dizer cruel, que o governo dá a essa ocupação, além da inegável superioridade militar. Mas mesmo as avaliações menos comprometidas são capazes de reconhecer injustiças.
A mais recente ofensiva na Faixa de Gaza acirrou os debates a respeito do tema e pela primeira vez parece ter despertado a desaprovação mundial das ações unilaterais do governo israelense.
A História muitas vezes é recuperada, quase sempre com erros grosseiros de interpretação ou manipulações propositais, para justificar guerras longas ou conflitos pontuais. Uma estratégia com conclusões geralmente equivocadas. Os que condenam Israel recuperam o passado recente, fazendo comparações entre o tratamento dos nazistas em relação aos judeus com o de Israel em relação aos palestinos. Já os que desaprovam as ações palestinas e apóiam Israel apelam para o anti-semitismo, afirmando que as agressões de países árabes e a ação de radicais palestinos têm em sua raiz o mesmo objetivo que o Holocausto, ou seja, a aniquilação do povo judeu. Muitas fazes a simples defesa dos palestinos é apontada como um ato anti-semita. Analogias injustas, em que pese a semelhança do sofrimento das populações civis nas duas situações históricas distintas.
O que não parece claro para muitos é que tanto do lado de Israel quanto do lado palestino e de países árabes escondem-se interesses e desejos muito mais complexos. Nessa complexidade reúnem-se a natureza da aliança entre Israel e os EUA, as muitas faces do sionismo, o uso político do apoio da Síria e do Irã à causa palestina, cujas intenções parecem pouco afeitas a uma solução pacífica, entre outras questões. Isso sem falar no extremismo em ambos os lados. Do lado de Israel pode-se apontar a quase inexistência de uma possibilidade de diálogo dos partidos de ultradireita, além de exigências que tornam impossível o estabelecimento de um estado palestino soberano. Nesse cenário, qualquer alusão a um "processo de paz" é meramente uma formalidade linguística.
Do lado palestino, as ações de grupos radicais que incitam a violência como único meio de resistir à ocupação, além do velho discurso de erradição do Estado judeu pelos grupos extremistas como o Hamas, geram obstáculos que travam o caminho para uma paz duradoura. Esta mesma postura dos radicais é usada em Israel para justificar suas ações militares, quase sempre com um saldo sangrento do lado mais fraco. Soma-se a isso a incapacidade dos líderes da Autoridade Palestina de estabelecerer uma união política com o único objetivo de criar um Estado que possa coexistir em relativa paz com Israel.
O muro que separa israelenses e palestinos na Cisjordânia, tomando grande parte do território originalmente destinado à criação do estado àrabe, é mais uma face das polêmicas ações de Israel para supostamente combater ações terroristas. Razões de Estado que sequer levam em conta as resoluções da ONU, recorrentemente ignoradas por Israel com respaldo norte-americano, a respeito da região. O muro do Cisjordânia, a questão das colônias israelenses em territórios palestinos e as constantes violações dos direitos humanos por parte de Israel reforçam a tese dos que afirmam que as autoridades israelenses na realidade ainda não consideram a hipótese da efetiva criação de um Estado palestino.
Como se vê, a questão é mais profunda do que simplesmente a defesa apaixonada de um dos lados. Apontar a brutalidade da última ofensiva militar israelense em Gaza, cujo saldo passa de 900 mortos, não significa apoiar ações extremistas de grupos que resistem a um acordo de paz. Reconhecer o direito de Israel de defender-se de ataques de milicianos palestinos também não deve resultar em um apoio incondicional a uma ofensiva cujo saldo de mortos não pára de crescer, sobretudo entre civis.
Israel parece irredutível em seu objetivo de extirpar o Hamas, mesmo que o "efeito colateral" resulte em centenas de palestinos mortos. Fala-se em bombas de precisão, mas frequentemente os alvos atingem escolas, hospitais e instalações da ONU. Ignorar que o imenso número de civis mortos em Gaza não seja resultado de um massacre e falar em "efeito colateral" não é apenas um erro, mas um ato vergonhoso. A história das guerras indica que as bombas que caem sobre Gaza ajudarão a fertilizar o desejo de vingança por parte dos palestinos, minimizando ainda mais as chances de a região deixar de ser um campo de batalha. Ataques unilaterais com muitas baixas entre civis são um terreno propício para o radicalismo que brota das populações palestinas mais jovens, acuadas e sem perspectiva. Ao se comparar com outras ofensivas histórica deste longo conflito, as previsões não são nada tranquilas. Aos envolvidos ou não só resta torcer para que a paz venha ou que haja sensatez a quem está no comando. É o que o mundo espera.

Edson é formado em Biblioteconomia pela USP e está no quarto ano de História

*Este texto foi orinalmente publicado na seguinte página no dia 13 de Janeiro de 2009.


Eu, professor?

Por Taís Araújo

Quantas vezes ao responder para alguém a faculdade que escolheu prestar você não ouve a seguinte indagação num tom que beira à misericórdia: “ah, mas você vai ser professor?”. Entrar no curso de história parece, para muitas pessoas, estar fadado ao fracasso. Mas não se deixe desanimar!!! O historiador e o professor de história podem cumprir um importante papel na sua sociedade ao realizarem um trabalho que parece fácil à primeira vista: pensar a sociedade em que vivem e transmitir conhecimento, mas que é bem mais complexo do que se imagina.
Aqui na USP, além de professor, podemos exercer as atividades de pesquisa na academia. As pesquisas são um funil, quer dizer, além de toda a barra que enfrentamos no vestibular ainda temos que enfrentar a concorrência e a falta de vagas na hora de pleitearmos uma vaga como pesquisadores. Isso acontece em grande parte por causa do repasse desigual de verbas dentro da universidade. A FFLCH recebe menos dinheiro que outras faculdades, mais voltadas ao mercado e ao interesse das empresas privadas, como as ligadas às ciências exatas. Desse jeito, há menos bolsas de iniciação científica para os alunos daqui do que de outros cursos, assim como menos bolsas de mestrado e doutorado.
Pelo caráter anti-democrático do acesso à pesquisa acadêmica, a maioria dos estudantes de história tornam-se professor, mas esse fato não deve ser encarado com desespero. Ser professor significa transmitir conhecimento crítico, ajudar a expandir o mundo de muitos jovens, impulsionar o sentimento de mudança em muitas pessoas cuja esperança desapareceu a tempos. Estudar as sociedades do passado pode nos ajudar a conhecer outras maneiras de viver que não a atual, que se mostra perversa e difícil para a maioria das pessoas. A memória tem assim um papel transformador quando nos lembra de que nem sempre o mundo foi do jeito que conhecemos. Ajuda-nos a desconstruir discursos e enxergar mais a fundo o mundo ao redor. O conhecimento do funcionamento da sociedade é o primeiro passo para sua transformação.
Ao mesmo tempo, o professor depara-se com uma realidade bastante complicada na rede pública de ensino. São salas superlotadas, falta de laboratórios e de materiais, bibliotecas precárias, violência dentro das escolas, falta de merenda para os alunos, além dos baixos salários, da pesada carga horária que tem que cumprir e da formação incompleta.
Há uma desvalorização imensa do papel do professor, que, num mundo de valores individualistas em que tudo pode ser comprado e vendido, tem o potencial de pensar num outro mundo que não seja movido pelo lucro e pelo dinheiro.
Os desafios são muitos e por isso mesmo que temos que começar a pensá-los agora na graduação enquanto nos formamos e vivemos no espaço acadêmico. Para superar a crise da escola, os primeiros passos são inserir seus problemas dentro do mundo universitário. Assim como se envolver na luta política ao lado dos professores e estudantes da rede pública, reivindicando melhores condições de ensino nas escolas.

Taís é aluna do quarto ano de História


O que é a UNIVESP?

Por Vivian Nani Ayres

A Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) é um projeto da Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo, assinado pelo então Governador José Serra, no ano de 2008. Este projeto que visa a ampliação de vagas no ensino superior público, assim como a formação de professores para suprir a demanda do ensino fundamental e médio da rede pública, conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo, FAPESP, da Fundação do Desenvolvimento Administrativo Paulista, FUNDAP, e da Fundação Padre Anchieta, FPA, (TV Cultura).
O projeto baseado no ensino à distância (EaD) prevê a formação de professores através de aulas virtuais (internet, canal digital da TV Cultura e um 0800) complementadas por uma porcentagem mínima de aulas presenciais e pelo auxílio de tutores que possam atender os alunos pelo telefone, internet ou pessoalmente. Serão utilizadas as estruturas das três universidades estaduais paulistas – USP, UNESP e UNICAMP – que deverão disponibilizar sua estrutura física e administrativa, além do quadro de professores.
Longe de negar as possibilidades e vantagens da utilização dos meios tecnológicos para o aprimoramento da educação, é primordial que se faça um esforço para avaliar corretamente os termos de tal projeto e suas possíveis conseqüências. Os problemas, que não são poucos, podem ser percebidos na sua própria justificativa – suprir a demanda de professores no ensino público fundamental e médio. Ora, de acordo com uma pesquisa realizada pelo MEC em 2007, com exceção das áreas de física e química, existem mais licenciados do que a demanda para dar aulas em todas as salas de 5ª série ao ensino médio: a demanda é de 725.991 docentes e há 1,4 milhão em exercício. Assim, fica claro que o problema não está na falta de professores, mas sim na falta de infra-estrutura, nos baixos salários e na precariedade das escolas públicas, o que leva os licenciados a optarem pelas escolas particulares ou, até mesmo, outras atividades.
Outra questão de suma importância é referente à qualidade do ensino à distância nos moldes da UNIVESP. Será possível garantir qualidade através da quantidade? Só inicialmente, serão oferecidas 6.600 vagas nas áreas de pedagogia, biologia e ciências, mas é difícil crer que um número maior de professores seja sinônimo de professores qualificados. Sem o acompanhamento presencial, será possível avaliar e suprir as necessidades dos futuros licenciados? É possível formar um professor que foi privado do contato direto entre professor/aluno e aluno/aluno? Será mesmo que os problemas que impedem as pessoas de ingressarem numa boa universidade, como a falta de recursos financeiros, a indisponibilidade de tempo ou a fraca base educacional serão resolvidos por aulas virtuais?
Os problemas que se pretende resolver através da implementação da UNIVESP são reais e bem conhecidos, no entanto, será este o melhor método? Mais uma vez, vemos problemas estruturais sendo “resolvidos” por medidas superficiais. As questões aqui levantadas são apenas iniciais, há muito que se discutir sobre o EaD, pois dentro da lógica das políticas educacionais atuais, este tipo de ensino questionável parece encontrar um campo bem fértil para se estabelecer definitivamente. É uma realidade de todos, não podemos ficar inertes diante de mais um projeto de precarização da educação.

Vivian Nani Ayres é aluna do segundo ano de História assim como diretora da atual gestão do CAHIS.




A atualidade do machismo

Por Taís Araújo e Reinaldo Souza

Lutar contra o machismo no século XXI pode parecer, para muitas pessoas, anacrônico e sem sentido. O discurso mais escutado quando alguém coloca esse debate em pauta é aquele que afirma que não vivemos mais numa sociedade machista, que as mulheres não enfrentam mais preconceitos no ambiente de trabalho, afinal quantas engenheiras e políticas não existem hoje em dia?!
A banalização do tema e a afirmação categórica de que o machismo já está superado é o primeiro indicativo da necessidade de discuti-lo. O termo machismo é uma designação para um conjunto de práticas identificadas como próprias do homem, tanto na sua relação com as mulheres quanto com outros homens, visando a adequação a um determinado padrão de “masculinidade”.
É inegável que, comparando-se a situação da mulher do final do século XIX com a da mulher do final do século XX, esta última goza de maior autonomia sobre sua própria vida e de direitos que aquela não gozava. Entretanto, em vez de, com base nisso, constatar que não há mais sentido discutir o assunto, propomos outra questão: a despeito das conquistas feministas ao longo do século XX e da sua inserção em ambientes outrora concebidos como exclusivamente masculinos, podemos afirmar que vivemos em uma sociedade em que a igualdade de direitos e condições sociais de vida e trabalho entre homens e mulheres existe de fato e, mais do que isso, é aceita como desejável? Uma rápida análise da realidade concreta apontará para uma resposta negativa.
Durante séculos percebemos a ocorrência de inúmeros relatos e citações de homens em relação à inferioridade feminina. As mulheres foram vistas por muito tempo como inferiores, submissas, de pensamento “fraco”, de temperamento “inconstante” e fisicamente incapazes de exercer as funções essenciais para a produção e o sustento da família. O homem venceu pela força e manteve-se no domínio da família por séculos na civilização ocidental.
Um dos grandes expoentes da luta feminista no início do século XX foi o movimento sufragista. Ao reivindicar o direito ao voto, as mulheres questionavam algo mais profundo, qual seja, a própria estrutura social no que tange aos papéis de gênero. Afinal, até então as mulheres eram mantidas alijadas dos assuntos públicos; seu papel social era exclusivamente doméstico, sua atenção deveria estar voltada para a família, papel reforçado pela Igreja e reproduzido por gerações.
Essa situação foi mudada principalmente com a revolução sexual no século XX. Os anos 60 foram o pico dessa transformação. A invenção da pílula anticoncepcional deu controle à mulher sobre a hora de ter filhos. Com a pílula, a mulher poderia escolher a hora de engravidar, independente de seu companheiro. Os hábitos e costumes da juventude também mudaram bastante. Valores como liberdade sexual estavam na cabeça dos jovens da época. Para as mulheres, especialmente, escolher a hora de casar, com quem e em que idade namorar, foi um grande passo cultural.
Percebe-se, pelo breve panorama acima apresentado, que a relativa autonomia que a mulher alcançou no século XX, bem como a quebra de várias das correntes que a prendiam, foi fruto de intensas lutas, com a mulher se colocando como sujeito de sua história. No entanto, algumas amarras se mantém. Apesar da inserção massiva da mulher no mercado de trabalho, a maioria delas continua em postos de menos prestígio e quando ocupam as mesmas funções do homem continuam ganhando menos que eles. A divisão de tarefas do lar, na maioria dos lares, continua desigual, sendo que a mulher é responsável por grande parte delas. É premente, portanto, identificar quais os atuais desafios, quais as bandeiras que devem ser levantadas e quais devem ser deixadas de lado para que se conquiste a plena emancipação da mulher e para a supressão definitiva do machismo.
Assim, parece-nos importante a desconstrução da idéia de gênero como algo natural, apregoando uma suposta “alma feminina” ou “alma masculina”. Gênero não é algo intrínseco a cada ser, mas algo que é construído socialmente. Portanto, saindo dessa idéia “essencialista”, podemos estabelecer relações mais saudáveis. Nesse marco, é importante destacar que a luta feminista não é equivalente ao ódio da mulher pelo homem, mas sim por igualdade de condições e de direitos, não somente de um ponto de vista jurídico, mas humano.
Um outro ponto a ser considerado é a associação entre luta feminista e luta de classes, a opinião de que as questões de gênero devem ser abordadas nos marcos dos modos de produção. Em parte, parece-nos válido tal consideração. É inegável que as mulheres trabalhadoras têm problemas adicionais às mulheres “burguesas”, e que há diferença de classes entre as mulheres, o que está contemplado nas considerações sobre diferenças feitas acima. . No entanto, embora concordemos com a formulação de que o machismo só poderá ser plenamente superado em outro modelo de sociedade, em uma sociedade socialista, isso não implica dizer que não se deve lutar desde já por sua supressão, mas sim que os movimentos feministas devem ser, também, anti-sistêmicos.
Para finalizar, destacamos que o machismo e a delimitação do papel social da mulher numa posição subalterna é uma questão política, mas também (e principalmente) cultural. Portanto, as mudanças no entendimento das questões de gênero e nas relações entre homens e mulheres ocorrem de forma mais lenta que as conquistas políticas que o movimento feminista possa obter. As construções dos papéis sociais e de gênero são reproduzidas por diversas instituições, como a família, a religião e até mesmo a escola supostamente laica, o que reforça sua permanência. Basta observar que muitas mulheres, ainda hoje, consideram normal que o homem trabalhe para sustentar a família e que a mulher cuide da casa e dos filhos. Desse modo, a luta feminista deve ser constante, visando não somente as conquistas políticas, mas sobretudo a conscientização e a desconstrução de arcaicos paradigmas que ainda insistem em reger a nossa vida social.

Taís e Reinaldo são alunos do quarto ano de História




Um dia que poderia ser seu

Por Caio Fernandes

Não havia jeito mais agradável de começar o dia do que correndo atrás do ônibus. Por sorte o motorista, velho de linha, parou e esperou. Um fraco “bom dia” foi expulso dos pulmões, junto de um aceno de cabeça, enquanto subia os degraus. Estava todo destruído. Suas roupas amarrotadas estavam manchadas de suor e um cheiro desagradável começava a nascer. Dentro do coletivo, mil e uma faces anônimas se amontoavam em frente à porta, localizada depois da catraca, preparando-se para o “empurra-empurra” da descida e, pior, num ponto em que todos iriam saltar.
Nos dias bons achava graça da pressa e do comportamento quase selvagem que a cidade impunha aos seus habitantes. Aquele dia não era um deles. Tomou uma cotovelada de alguém e empurrou em resposta. Ouviu uma voz de mulher gritar com ele. Mandou-a calar a boca, recebendo ameaças em resposta.
Caminhou em direção ao trabalho. Na calçada um bêbado dormia o sono dos justos enquanto uma senhora pedia dinheiro para comprar bebida e cigarros. O cheiro era ruim, mas não tapou o nariz, como faziam todos os que passavam. Se havia aprendido algo naquela selva é que uns dias eram dos caçadores e outros das caças. Todos os que passavam, cedo ou tarde, encontrariam um predador maior que lhes taparia o nariz, assim como faziam com o bêbado. O suor já não manchava tanto a sua roupa e ele recuperara uma certa dignidade superficial, tão valorizada por todos. Apertou o interfone, deu um “bom dia” rude ao porteiro e subiu correndo pelas escadas, estava atrasado.
Lá entrando o chefe lhe esperava com um sorriso agressivo. Seu trabalho estava jogado em toda a mesa. Correra tanta só para ouvir o patrão dizer: “Além de fazer trabalho porco, o senhor é um. Está fedendo a suor. Não toma banho?”
Não respondeu e acertou-o no nariz. O sangue manchou a camisa do patrão. Não ligava. Deu as costas e foi embora, se preocuparia com emprego depois. Sabia que demoraria meses e meses para encontrar outro.
Montou num ônibus, de volta para casa. Motorista e cobrador desconhecidos, mas a mesma, boa e velha, multidão represada na porta após a catraca. Chegou em casa, tomou uma cerveja gelada com um sorriso. Deitou na cama, mas não dormiu, passou o dia vendo Tv. De noite dirigiu-se ao bar para gastar as economias no bilhar. Chegou de madrugada. Não se importou, já que no dia seguinte poderia acordar ao meio dia.

Caio Fernandes e aluno de História e escreve com frequência em seu blog: Ensaio do Plebeu

“A política como continuação da guerra”

Resenha do filme: "O Novo Século Americano" dirigido por Massimo Mazzucco, 2007.
Por Tiago Machado de Jesus

O filme do renomado fotógrafo e jornalista italiano Massimo Mazzucco, “O Novo Século Americano” em cartaz nos cinemas da cidade, pode ser visto como o ponto culminante de uma série de documentários anteriores, de diferentes diretores, que buscaram analisar os reais motivos da implosão controlada das torres do World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Como influência direta, com “estética” e temática semelhante, poderíamos citar filmes como “Zeitgeist” ou “Loose Change”. Todos estes documentários baseiam suas investigações em imagens e reportagens colhidas principalmente na Internet, gerando produções de baixo custo e facilmente acessíveis através da rede mundial. O próprio Mazzucco, diga-se de passagem, mantém desde 2003 um site dedicado ao tema 9/11: www.luogocomune.net.
Todos estes filmes mostram de maneira irrefutável o caráter falacioso da versão oficial do que teria ocorrido naquele dia. Assim, a tese sustentada por Mazzucco, a de um ataque auto-infligido e patrocinado diretamente pelo governo norte-americano, que contou com a poderosa sustentação da mídia local e por conseqüência da mídia global, já foi bastante explorada, alcançando o consenso, senão da participação direta do governo americano pelo menos da insustentabilidade da versão defendida pela Casa Branca.
A análise desenvolvida neste documentário ganha sua verdadeira força quando incorpora uma reflexão histórica ao afirmar que a implosão das torres seria resultado indireto de um plano neoconservador inspirado na obra de Leo Strauss, mentor da famosa escola de Chigaco. Trata-se do “Projeto para o Novo Século Americano” (PNAC do inglês, “Project for the New American Century”), que dá título ao filme. O referido documento remontaria aos primeiros avanços “neocons” durante os anos 70, tendo sido encabeçado por figuras de destaque no governo norte-americano há pelo menos 30 anos como Paul Wolfowitz, Dick Cheney e Donald Rumsfeld, mas que só conseguiram total influência na condução dos negócios de Estado sob a administração de Bush filho.
Contudo, se essa reflexão é a força do documentário, é também o seu ponto fraco. Contra o próprio filme, que passa em revista todo o século americano, com declarações de Mcnamara e Eisenhower, entre outros, não parece plausível creditar os avanços bélicos recentes a uma seleta “turma do mal”, um governo dentro do governo, que fez gato e sapato de um presidente que oscila entre a omissão e a conivência, para por em prática um plano diabólico.
Sem dúvida a tentação de proceder deste modo é grande. O caso da empresa Halliburton ― analisado detalhadamente no documentário “Iraq for Sale” de Robert Greenwald ― principal beneficiária da guerra do Iraque que pertence ao vice-presidente da administração Bush, Dick Cheney, que o diga. Mas, contra as tentações de narrativas do bem contra o mal, que tendem a esvaziar o campo da política, cujo ápice foram as últimas eleições presidenciais com a nomeação de Obama como porta-voz da esperança e da mudança, surgem as imagens do documentário. Eis ali não uma comunidade política organizada em um Estado, mas sim um complexo industrial-militar que une guerra e sociedade de consumo cujo investimento é cobrado globalmente.
Este complexo industrial-militar trabalhou, nos último cinqüenta anos, pelo menos, seja no governo republicano ou democrata, na inversão da famosa definição de Clausewitz. O estrategista da guerra vinculado à fase liberal da expansão do capitalismo do início do século XIX, podia afirmar que “a guerra é a continuação da política por outros meios”, já a nossa geração, como as imagens veiculadas no documentário de Massucco não cansam de demonstrar, está diante da “política como mera continuação da guerra”. A história desta inversão, que é a história do século XX, ainda está para ser contada, e o documentário de Massucco é uma grande contribuição neste sentido.

Tiago Machado de Jesus é aluno de pós-graduação em História.




quinta-feira, 5 de março de 2009

Ata da reunião de 05/03/2009

Informes:

- As reuniões das comissões de comunicação e cultura ocorrerão toda quinta-feira às 18h e as de espaço e ações e debates, toda sexta-feira no mesmo horário;

- Haverá reunião do DCE na sexta-feira (06/03) às 18h, em sua sede provisória;

- As reuniões ordinárias do DCE deverão ocorrer toda segunda-feira (a confirmar);

- A atividade com o MST será programada na comissão de ações e debates (incluindo a sugestão do Bruno de uma atividade com ocupações urbanas);

- A gestão conversará com a chefia do Departamento para tratar da viabilidade de se disponibilizarem espaços de estudo nos finais de semana e feriados.

Pautas:

1) Cota de Xerox para o Cineclube;
2) Abaixo-assinado para a realização de um CCA geral da USP;
3) Ato de 07/03, contra a “ditabranda”;
4) Atos de 08/03.
5) Jornada de lutas de UNE/ reunião de 07/03.

Resoluções:

1) O CAHIS disponibilizará para o cine-clube 1004 cópias na cota da Xerox, em cada uma das 12 sessões realizadas durante o ano serão feitos 14 cartazes no tamanho A3 e 20 cartazes do tamanho A4 ( Inicialmente eram em torno de 860 cópias, mas refizemos a conta por considerar que uma A3 vale duas A4).
2) O CAHIS não assinará o abaixo-assinado mediante a afirmação de que o DCE chamará um CCA, no qual serão discutidas entre outras pautas, a questão do problema da moradia estudantil e da UNIVESP. O CCA deverá ocorrer ainda no mês de março devido à urgência das questões, e o problema da moradia estudantil deverá ser levado como pauta para a reunião do dia 06/03. Caso o DCE não cumpra com as condições, haverá uma nova discussão na próxima reunião do CAHIS.
3) O CAHIS se incorpora politicamente ao ato do dia 07/03 em apoio aos professores Maria Victória Benevides e Fabio Konder Comparato e em repúdio à Folha de São Paulo e sua “ditabranda”; Lucas (Legume) escreverá, em nome do CAHIS, uma nota de desaprovação à postura pública assumida pelo professor da UFSCAR Marco Antonio Villa em relação ao tema (regime militar brasileiro).
4) O CAHIS apóia duas manifestações que ocorrerão no dia da mulher, ressaltando a importância do movimento, porém não preza por nenhuma das duas devido à impossibilidade de uma escolha que represente as aspirações dos estudantes e setores interessados.
5) O CAHIS não irá se incorporar à jornada de lutas da UNE devido à impossibilidade de tomar uma decisão deste porte sem uma consulta prévia da opinião dos estudantes.

domingo, 1 de março de 2009

Fotos da Matrícula



Post inaugural do blog segue com a foto da matrícula dos calouros que aconteceu nos dias 09 e 10 de 2009.

Abraços!